domingo, 4 de julho de 2010

Cientistas desenvolvem dentes com células-tronco

Dois trabalhos publicados na edição de julho da Journal of Dental Research mostram que é possível fazer crescer dentes usando células-tronco embrionárias e adultas em ratos. Os resultados sinalizam que um dia será possível fazer crescer novos dentes humanos a partir de suas próprias células adultas.

Foram usadas células-tronco adultas de dentes imaturos de ratos colocadas dentro de um polímero biodegradável. O conjunto foi então implantado na cavidade abdominal de outros ratos da mesma espécie. Em um período de três a seis meses foi possível ver dentes se formando.

O estudo com as células adultas teve a participação de dois brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Silvio Duailibi e Mônica Duailibi. A dupla fez o trabalho nos Estados Unidos juntamente com pesquisadores do Instituto Forsyth, de Boston, e do Hospital Geral de Massachusetts, que também assinam o artigo na revista.

Humanos
A pesquisa teve como base um estudo publicado pelo Forsyth em 2002, que havia tido resultado semelhante em porcos. Os bons resultados com os dois mamíferos reforçam a perspectiva de sucesso com dentes humanos.

"Estamos convencidos disso, pois os sistemas em mamíferos tendem a funcionar de formas similares", disse pesquisadora americana Pamela Yelick, durante uma conferência por telefone realizada pela quinta-feira na Unifesp.

Em dez anos
Se tudo der certo - o que inclui um ainda inexistente financiamento de R$ 3 milhões para levar a pesquisa até o fim ano -, o tratamento poderá estar disponível daqui a dez anos. O próximo passo científico - fazer o dente crescer na mandíbula de ratos - está em fase final. "Devemos divulgar o resultado ainda este ano", diz Silvio.

As pesquisas com células-tronco adultas de humanos também já começaram. "Estamos estudando-as para ver como elas funcionam", afirma Mônica.

Melhor que implante
O uso dessas células tem várias vantagens sobre o tratamento de implante de um dente artificial utilizado hoje. "Por melhor que ele seja, não será melhor que um dente biologicamente idêntico ao original", explica a cientista.

A pesquisa com células-tronco embrionárias foi feita por Paul Sharpe, do King´s College, na Inglaterra.

By Estadão Online

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